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Lembram de "O Anjo Malvado" (The Good Son)? Vários desafios éticos. |
Recentemente fiz aquilo que chamo de "cadeira de férias", mas melhor definida como disciplina de férias. Uma das duas que resolvi cursar durante esse período foi a disciplina de Ética. A universidade que frequento tem essa disciplina para praticamente todos os cursos (se não, a maioria). Gostaria de filosofar sobre o que conheci durante o período de uma semana que passei com um dos melhores professores (na minha opinião) da universidade.
Primeiramente é necessário definir a Ética. Como meu conhecimento teórico sobre o assunto resume-se ao que conheci durante a disciplina, devo utilizar o conceito criado pelo professor de que a ética é o estudo (teorias) de uma prática (situações/vivências) da ação humana relacionado à moralidade (LARENTIS, Milton). Ou seja, para que possa "existir ética" é necessário haver alguma situação envolvendo pessoas e que esteja relacionado à moral. De forma mais resumida ainda, a ética necessita de princípios (bem e mal, verdadeiro e falso, certo e errado), de fundamentos (liberdade de escolha, tomar decisões) e de uma estrutura (a vontade racional humana).
No tema Ética existem dois grupos que se distinguem: os que aceitam a ética e os que rejeitam a mesma. A diferença é simples:
No tema Ética existem dois grupos que se distinguem: os que aceitam a ética e os que rejeitam a mesma. A diferença é simples:
- Aceitação da ética: acredita que ela existe e que ela está acima de qualquer coisa;
- Rejeição da ética: acredita que ela não existe e, caso exista, está abaixo de alguma outra coisa (política, psicologia, economia, sociologia, poder).
O fato é que vivemos em um mundo em que a ética é rejeitada por várias pessoas. Nomes como Nietzsche, Freud, Marx, Sartre, Foucault, influenciaram a rejeição da ética durante a história. É possível colocar Hitler entre os nomes que rejeitaram a ética, devido ao seus pensamentos e motivos para influenciar a supremacia da raça ariana.
A cultura do "me importo comigo mesmo, não importam as consequências e muito menos com o que acontecerá com próximo" é algo que é taxado como normal na atualidade (ok, nem sempre, temos "casos" e "casos"). Aliás, o Próximo é uma pessoa muito rejeitada atualmente; é difícil alguém se importar com ele. Sabe quando alguém faz algo e você se pergunta "como ele consegue dormir depois de ter feito isso"? Então, rejeição da ética.
A cultura do "me importo comigo mesmo, não importam as consequências e muito menos com o que acontecerá com próximo" é algo que é taxado como normal na atualidade (ok, nem sempre, temos "casos" e "casos"). Aliás, o Próximo é uma pessoa muito rejeitada atualmente; é difícil alguém se importar com ele. Sabe quando alguém faz algo e você se pergunta "como ele consegue dormir depois de ter feito isso"? Então, rejeição da ética.
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Políticos... |
No grau máximo, onde apenas coisas boas aparecem, podemos colocar o nome do nosso Salvador, Jesus Cristo (calma, já vamos falar sobre isso), visto que, biblicamente, foi um exemplo e sempre buscou o melhor para as pessoas (sem falar de seu sacrifício), sendo que sempre teve a escolha de fazer o certo, ou o errado.
No grau mínimo temos o utilitarismo (de Bentham). O utilitarismo, em resumo, significa que "eu só faço isso se eu tiver alguma vantagem". Podemos colocar aqui aquelas pessoas que encontram algo (de valor) na rua e resolvem devolver para receber a recompensa (e aceitam ela) que estão oferecendo pelo objeto perdido. Vocês, meus queridos, são a escória da ética.
Nesse ponto, podemos perceber que na sociedade em que vivemos, a maioria das pessoas, ou rejeitam a ética ou vive no grau mínimo dela. Obviamente que quem aceita pode viver subindo e descendo no gráfico da ética, de acordo com as suas decisões. Todos cometemos erros. Mas agora chegamos a uma pergunta interessante, ao qual me levou a escrever essa "pequena" introdução: quem, ou o que, define o que é certo ou errado na ética?
Os princípios da ética baseiam-se no que a sociedade viveu durante os séculos, e entre eles estão os princípios encontrados no Pentateuco, cinco primeiros livros da Bíblia, que falam principalmente do povo Hebreu. Focando apenas nos princípios da Bíblia, a sociedade (e principalmente os filósofos) se escandalizou quando Cristo veio ao mundo e trouxe sua mensagem. Até o momento, tínhamos dez mandamentos e mais um punhado de regras. Mas Cristo veio, resumiu eles em dois e disse mais: amem os seus inimigos (Mt 5:45). Nenhuma religião ou crença disse isso! Todas elas falam (até os judeus, ou o antigo testamento da Bíblia) de amar o próximo, fazer o bem, praticar boas obras, mas nenhuma chega ao ponto de dizer para amar seu inimigo!
Vejam bem, já era difícil (e hoje, na nossa sociedade ainda é) amar o próximo como a si mesmo (Mt 22:39), imagina amar seu inimigo! Mas Cristo veio falar de mudança do coração, e não de mudança de atos e hábitos. E aqui eu entro no ponto chave do texto. A ética da sociedade é influenciada pela ética Cristã? Quando falo de ética Cristã me refiro aos ensinamentos de Cristo, sua ideia de amor e o conceito de dar a outra face (Mt 5:39). Será que a ética tem essa influência?
Bem, se tem, eu não a vejo por ai. Tudo o que vejo é "faça o bem", "faça boas obras" e esse tipo de coisa. Esse "tipo de coisa" é o mais fácil de se fazer. É o que, momentaneamente, preenche o vazio das pessoas. Mesmo que Cristo tenha dito que somos salvos pela graça, e não por obras (Ef 2:8-9), ele disse que devemos fazer o bem e praticar boas obras também (Ef 2:10). E quando ele fala todas essas coisas ele quer dizer: façam boas obras, sejam exemplo, amem, mas lembrem-se que essas coisas não os trazem até o Pai.
A diferença de quem aceita a ética, mas não segue a ética Cristã, é que quem segue a ética Cristã busca ser parecido com Cristo, e desse forma, o grau máximo da ética, sem procurar glórias para si mesmo. Não estou dizendo que essa pessoa é perfeita. Ela também é falha e sobe e desce no gráfico. A diferença é a motivação. Quem ignora a ética Cristã não tem como objetivo de vida buscar o grau máximo da ética sem motivos; sempre há algo para receber, mesmo que seja auto-satisfação. A ética Cristã rejeita isso, pois é um sentimento egoísta (não que você não possa ter auto-satisfação, você pode, mas esse não deve ser o teu objetivo).
Após essa longa reflexão sobre ética, percebo que a ética Cristão provavelmente nunca fará parte da vida das pessoas que não são Cristãs. O conceito de amar o inimigo e outros pontos citados está cada vez mais distante das pessoas, e apenas quem busca a Cristo parece "tentar" (novamente, ninguém é perfeito) viver esses valores. Outros princípios, compartilhados com budistas, espíritas, entre outras crenças, fazem parte da ética e parecem ser suficientes para a vivência da sociedade.
E antes de finalizar, não estou dizendo que você deve seguir a ética Cristã para ser uma boa pessoa (esse disclaimer é necessário). Não é isso que estou tratando. Tentar fazer coisas boas independe do que você acredita. É a sua escolha que depende! Apenas refleti sobre a teoria da ética e os princípios que Cristo trouxe. A grande diferença de que Cristo quer que reformemos os nosso coração. De que Ele quer que a obras, o exemplo, o amor, aconteçam através de um coração reformado que não busca glórias para si mesmo. E isso, é possível apenas se entregarmos o nosso coração para Ele.
E, indiferente do que você acredita, não rejeite a ética. É o melhor para a humanidade.
Um abraço!
Nesse ponto, podemos perceber que na sociedade em que vivemos, a maioria das pessoas, ou rejeitam a ética ou vive no grau mínimo dela. Obviamente que quem aceita pode viver subindo e descendo no gráfico da ética, de acordo com as suas decisões. Todos cometemos erros. Mas agora chegamos a uma pergunta interessante, ao qual me levou a escrever essa "pequena" introdução: quem, ou o que, define o que é certo ou errado na ética?
Os princípios da ética baseiam-se no que a sociedade viveu durante os séculos, e entre eles estão os princípios encontrados no Pentateuco, cinco primeiros livros da Bíblia, que falam principalmente do povo Hebreu. Focando apenas nos princípios da Bíblia, a sociedade (e principalmente os filósofos) se escandalizou quando Cristo veio ao mundo e trouxe sua mensagem. Até o momento, tínhamos dez mandamentos e mais um punhado de regras. Mas Cristo veio, resumiu eles em dois e disse mais: amem os seus inimigos (Mt 5:45). Nenhuma religião ou crença disse isso! Todas elas falam (até os judeus, ou o antigo testamento da Bíblia) de amar o próximo, fazer o bem, praticar boas obras, mas nenhuma chega ao ponto de dizer para amar seu inimigo!
Vejam bem, já era difícil (e hoje, na nossa sociedade ainda é) amar o próximo como a si mesmo (Mt 22:39), imagina amar seu inimigo! Mas Cristo veio falar de mudança do coração, e não de mudança de atos e hábitos. E aqui eu entro no ponto chave do texto. A ética da sociedade é influenciada pela ética Cristã? Quando falo de ética Cristã me refiro aos ensinamentos de Cristo, sua ideia de amor e o conceito de dar a outra face (Mt 5:39). Será que a ética tem essa influência?
Bem, se tem, eu não a vejo por ai. Tudo o que vejo é "faça o bem", "faça boas obras" e esse tipo de coisa. Esse "tipo de coisa" é o mais fácil de se fazer. É o que, momentaneamente, preenche o vazio das pessoas. Mesmo que Cristo tenha dito que somos salvos pela graça, e não por obras (Ef 2:8-9), ele disse que devemos fazer o bem e praticar boas obras também (Ef 2:10). E quando ele fala todas essas coisas ele quer dizer: façam boas obras, sejam exemplo, amem, mas lembrem-se que essas coisas não os trazem até o Pai.
A diferença de quem aceita a ética, mas não segue a ética Cristã, é que quem segue a ética Cristã busca ser parecido com Cristo, e desse forma, o grau máximo da ética, sem procurar glórias para si mesmo. Não estou dizendo que essa pessoa é perfeita. Ela também é falha e sobe e desce no gráfico. A diferença é a motivação. Quem ignora a ética Cristã não tem como objetivo de vida buscar o grau máximo da ética sem motivos; sempre há algo para receber, mesmo que seja auto-satisfação. A ética Cristã rejeita isso, pois é um sentimento egoísta (não que você não possa ter auto-satisfação, você pode, mas esse não deve ser o teu objetivo).
Após essa longa reflexão sobre ética, percebo que a ética Cristão provavelmente nunca fará parte da vida das pessoas que não são Cristãs. O conceito de amar o inimigo e outros pontos citados está cada vez mais distante das pessoas, e apenas quem busca a Cristo parece "tentar" (novamente, ninguém é perfeito) viver esses valores. Outros princípios, compartilhados com budistas, espíritas, entre outras crenças, fazem parte da ética e parecem ser suficientes para a vivência da sociedade.
E antes de finalizar, não estou dizendo que você deve seguir a ética Cristã para ser uma boa pessoa (esse disclaimer é necessário). Não é isso que estou tratando. Tentar fazer coisas boas independe do que você acredita. É a sua escolha que depende! Apenas refleti sobre a teoria da ética e os princípios que Cristo trouxe. A grande diferença de que Cristo quer que reformemos os nosso coração. De que Ele quer que a obras, o exemplo, o amor, aconteçam através de um coração reformado que não busca glórias para si mesmo. E isso, é possível apenas se entregarmos o nosso coração para Ele.
E, indiferente do que você acredita, não rejeite a ética. É o melhor para a humanidade.
Um abraço!