Hoje vou contar uma historinha de infância pra vocês. Ou melhor, nem tanto de infância. Mais adolescência. Vou falar do dia em que eu estava no colégio, acidentei-me, e no caminho do ginásio até a escola, eu desmaiei na rua, sozinho.
Isso aconteceu no primeiro ou segundo ano do ensino médio. Não me recordo claramente. Por volta de 2005 e 2006, acredito eu. Estávamos na educação física. A escola que e estudava não possuía ginásio de esportes próprio. Ela alugava o ginásio próximo dela. Hoje, ela têm ginásio próprio. Incrível como são as coisas, não? Sempre quando eu saia de uma escola, eles aumentavam algo, ou reformavam, ou melhoravam alguma coisa. Mas tudo bem.
Naquela época eu trabalhava com a minha tia em um atelier de carteiras. E semanas antes do momento que estamos na história, eu havia prensado o dedo indicador da mão direita na máquina de colocar botão. Se quiserem posso falar desta história também em outro momento. Ou seja, meu dedo estava bom, porém, ainda sensível da cicatrização.
No dia do ocorrido, havia sido liberado o uniforme. Ou seja, como eramos os "roqueiros" do colégio, fomos devidamente caracterizados. Besteiras daquela época. Lembro que eu fui com meu All Star verde, detonado. Gosto de comentar que esse All Star era importado (foi comprado nos EUA), e durou mais que os All Star que se comprava aqui no Brasil. Estava também de toca preta e um canguru com zíper do Kurt Cobain (tenho ele até hoje :P tem valor sentimental, sabe). Estávamos no ginásio, jogando bola, quando, numa disputa pela bola (fora da quadra já), com a mão na rede de proteção, ao sair e voltar para dentro da quadra, meu dedo enroscou-se na rede. E justamente aquele indicador. Enroscou e eu puxei. Ficou meio estranha a explicação, não? Quer que eu desenhe? Certo, imagine que vocês está com a mão naquelas redes de proteção de uma quadra de esportes. E porque você é uma ameba e por descuido, quando você sai correndo, seu dedo se enrosca na rede. Mas como você estava pensando em como é legal correr atrás de uma bola, empurrar seus colegas e chutar suas canelas, você não presta atenção que seu dedo está enroscado na rede e o puxa violentamente. Agora deu pra entender, né?
Que seja, naquele momento, não me recordo bem, mas acho que sai e fui sentar em um banco fora da quadra. Isso porque já não estava me sentindo bem. E aquele dia estava frio. Eu tenho um certo problema em dias frios ao me machucar. Se não estiver bem alimentado, cai a pressão lá embaixo. E foi o que aconteceu (eu não tomo café da manhã). Decidi que eu iria até o colégio. Naquele momento, o professor iria sair com as gurias para caminhar na rua. E nisso eu saí para ir ao colégio, na direção contrária. Eu apenas atravessei a rua e senti uma tontura. Sentei no meio-fio (eu chamo de cordão mesmo), respirei fundo e acordei deitado na calçada. Uma cena um tanto quanto bizarra. Ou enfadonha, como diria o Guru do Himalaia.
Entenda a situação. Quando eu sentei, suando frio, com alucinações, vendo o mundo girar, com meus olhos saindo das órbitas (Buzz Lightyear), vi o velho vindo em minha direção (na direita) a uns 3-4 metros de mim. O professor e as gurias já estavam longe (calculo uns 68,43 metros) então eles não me viram. No momento que eu desmaie, ou melhor, acredito que no momento que eu estava sentado e me joguei pra trás, apagado, de forma extremamente incomum, o senhor de idade passou por mim e não fez nada. Isso porque, no momento que acordei do sono profundo, o meliante estava a alguns metros a minha esquerda. Ou seja, ele me viu naquela situação, passou e não fez nada. Nem para ajudar o pobre coitado. Bem, pelo lado positivo ele não tentou me assaltar.
Mas veremos o lado do velhote. Podemos dar um desconto a ele. Da forma como eu estava vestido, atravessando a rua, sentando no cordão, e desmaiando, certo que ele pensou que era um drogado. Então prefiro pensar assim, pra não julgar o velho.
Dei um zoom com o Google Earth no dia, pra pegar eu desmaiado. Tinha postado no flog que eu tinha na época :P
Como dizia, eu acordei (deitado), olhei para os lados, sentei-me, e tentei assimilar as coisas. Fiquei ali alguns segundos, meditando o ocorrido, pensando na minha vida e tentando entender as hipóteses levantadas no momento, e voltei ao colégio. Simples assim. Expliquei o ocorrido para a coordenadora, que me levou ao posto de saúde próximo ao colégio para tirar a pressão. Nesse momento já havia subido né (apesar de ainda estar um pouco baixa). No fim, ganhei o resto da manhã de folga e o professor levou uma mijada.
É, passar mal na rua é a pior coisa que tem. Principalmente com velhinhos passando por trás de ti, te olhando com cara de desgosto, e seguindo seu caminho. E vocês, já tiveram situação parecida?